Summary
SUMÁRIO
A “BRICS Business Magazine” é uma revista de negócios que se dedica a temas relevantes da economia dos emergentes e, sobretudo, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. As novas economias se atraem mutuamente, tornando-se este processo cada vez mais visível. Apesar de seu peso crescente nos processos globais, os países BRICS não tiveram até agora uma plataforma de mídia própria, uma plataforma que os pudesse representar adequadamente no espaço informativo. A “BRICS Business Magazine” tem por objetivo exatamente preencher esta lacuna. A revista é direcionada à comunidade de investidores, peritos, estadistas, representantes do governo, políticos e grandes empresas. São precisamente as suas ações (ou a falta das mesmas) que fazem toda a diferença transformando o mundo, são precisamente essess leitores que são capazes de fazer sentido àquilo que está acontecendo em torno deles.
Os dois temas-chave discutidos nesta edição de estréia são os seguintes:
Os BRICS, ou tijolos, para construir um novo mundo
Diversidade: talvez esta palavra sirva melhor para descrever o século XXI, com as suas características mais destacáveis sendo a multipolaridade e o multiculturalismo, segundo pensa o Presidente do Conselho Editorial da “BRICS Business Magazine”, principal executivo da Troika Dialog desde 1992 e presentemente co-diretor do Setor de Investimento Corporativo do Sberbank da Rússia Ruben Vardanyan. Ele esboçou as trajetórias das mudanças econômicas e geopolíticas que hão de ocorrer nos próximos 30 anos. Na sua visão do futuro, o executivo coloca precisamente o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul no primeiro plano.
Na entrevista principal da edição Ruben Vardanyan conta-nos o que ele acha do conceito BRICS e analisa os desafios enfrentados pelos cinco países: “Qualquer grupo, aliança ou associação, numa fase inicial, sempre tem alguma coisa artificial, porque há sempre alguns parâmetros que parecem semelhantes e ao mesmo tempo há alguns que não o parecem. Os sistemas políticos da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul são muito diferentes um de outro. A diferença é muito grande, digamos, entre o sistema comunista na China e a democracia no Brasil, este ultimo sendo livre de qualquer dominação ideológica. Os elementos-chave que fizeram com que esses cinco países se juntassem são as elevadas taxas de crescimento, o grande tamanho das suas economias e as populações suficientemente numerosas. A combinação destes parâmetros permite aos cinco países ter um peso bastante notável no sistema econômico global durante os próximos 20-30 anos”.
Vantagem emergente
Mark Mobius, o chairman executivo do Templeton Emerging Markets Group, um dos investidores mais respeitados do mundo e especialista em mercados emergentes, escreveu um artigo exclusivamente para a nossa edição da “BRICS Business Magazine”. O autor dá uma análise e previsões sobre cada país do grupo:
O Brasil continua sendo uma destinação atraente para investimento de longo prazo, apesar de certo abrandamento dos ritmos do crescimento interno e o estado bastante frágil em que ainda se encontra a economia mundial. No entanto a sua competitividade, porém, está sujeita ao risco devido à tendência da desvalorização de ações nos mercados de capitais resultante dos crescentes problemas econômicos que têm afetado o país desde o início de 2012.
A Rússia evoluiu bastante como um destino de investimento nas duas últimas décadas. No primeiro trimestre de 2012, a Rússia foi a única nação dos BRICs a experimentar aceleração no crescimento do Produto Interno Bruto em relação ao trimestre anterior (de 4.9% perante 4.8%). Outro motivo de orgulho para a Rússia podem ser níveis invejáveis baixos de alavancagem na sua economia. A relação dívida externa ante ao PIB na Rússia estava em 8.7% em 2011, enquanto o crédito doméstico como porcentagem do PIB estava em 45.9%.
A maior preocupação dos investidores na Índia é a falta de reformas e os escândalos de corrupção envolvendo casos do abuso de recursos públicos. No entanto, os protestos violentos do ano passado forçaram o governo indiano a adotar algumas mudanças, enquanto os políticos de alto escalão tiveram que incluir a corrupção como o primeiro ítem nas suas agendas. Mas Mark Mobius está certo que a Índia acabará por superar alguns desses escândalos envolvendo altos escalões para poder avançar adiante. Segundo o megafinancista, a economia indiana está crescendo pelo menos a uma taxa de 4-5 por cento em 2012.
Ainda persiste uma grande preocupação com alguns sinais de uma desaceleração econômica na China. Na verdade, a taxa de crescimento do PIB chinês diminuiu dos dois dígitos nos últimos anos para estimados 7% a 8% em 2012, mas esta diminuição não se pode qualificar de forma alguma como uma “aterrissagem difícil”, se fosse um avião: de fato, a taxa de crescimento da China ainda continua sendo muito impressionante. Segundo as estimativas dos peritos do Templeton Emerging Markets Group, a economia chinesa vai continuar crescendo a uma taxa anual de 7% a 8% no futuro mais próximo.
O que destaca a África do Sul entre os outros países do continente africano é a existência nela de um mercado de capitais maior e de alta liquidez. É o setor de consumo que hoje parece particularmente atraente e promissor, especialmente bancos de varejo, seguros e telecomunicações. De particular interesse é o comércio a retalho, em primeiro lugar as cadeias e redes de comércio varejista que se estão expandindo para outros países do continente africano.
Translation into Portuguese - Victor Bereznoi
Translation into English - Alexandre Ponomarev, Laurence Binnington, Anna Ovyan